A economia, na maioria dos povos indígenas, funciona como um sistema de comunicação e de redistribuição dos bens, diferenciando-se do capitalismo porque não é competitiva, nem acumulativa e nem preventiva. Em outras palavras, as relações indígenas não se baseiam na competição para ocupar lugares privilegiados, nem no anseio de acumulação dos bens disponíveis, e nem num desejo de reter objetos e produtos para assegurar o bem estar futuro, pois este bem estar se alcança através de boas e fortes relações recíprocas. As características da sociedade capitalista geram uma exclusão cada vez mais violenta, pois funcionam para concentrar os recursos nas mãos de poucos.


As formas como os Guarani se relacionam com suas terras se vincula a uma compreensão própria da vida, como um contínuo caminhar, que se desenvolve num extenso território ocupado ancestralmente. E talvez o aspecto mais importante do estilo de vida dos Guarani é o da valorização das pessoas, de suas experiências, de seus conhecimentos, de seus sonhos."
O texto acima é parte do material Semana dos Povos Indígenas 2010, mais uma publicação lançada pelo Cimi para que os brancos possam compreender, respeitar e garantir o direito dos povos originários do Brasil de viverem conforme sua cultura. A partir dessa consciência, é possível entender também a luta desses povos em defesa do meio ambiente, contra projetos como as grandes hidrelétricas do rio Madeira, de Belo Monte no rio Xingu, e a transposição das águas do rio São Francisco.
Leia também a postagem Todo dia é dia de índio, sobre como o Legislativo gaúcho recebeu as demandas dos povos indígenas na segunda, 19 de abril.
Foto 01: Urueu-Wau-Wau/RO, por Maria Lúcia Cardoso / Arquivo Cimi
Foto 02: Maxakali, por Marcus Breuss / Arquivo Cimi
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