terça-feira, 27 de abril de 2010

Protesto adia votação de projeto que vende área nobre no RS

Da Radioagência NP, Bianca Costa.

Centenas de pessoas de seis comunidades pobres de Porto Alegre realizaram um ato na manhã desta terça-feira (27), para impedir a votação do projeto 388/09 na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A proposta prevê a venda de uma área de 74 hectares no Morro Santa Tereza, que ganhou visibilidade do ramo imobiliário em função da Copa do Mundo de 2014.


As famílias saíram em caminhada pela Av. Padre Cacique e se concentraram em frente ao prédio da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE), que também sofrerá os impactos da proposta. O governo pretende desativar a unidade da FASE para implantar a descentralização, plano que também consta no projeto 388/09.

De acordo com Herno Campos, do SEMAPI, sindicato que representa os monitores da FASE, a proposta de ressocialização dos adolescentes em conflito com a lei não foi ouvido pela categoria. Campos diz que o governo pretende retirar a unidade da Padre Cacique, mas não apresentou a área onde serão construídas as novas unidades em Porto Alegre.

Conforme o presidente da Associação de Moradores da Vila Gaúcha, uma das maiores comunidades da grande Santa Tereza, a intenção dos moradores é que o projeto seja retirado da pauta da Assembleia. Darci Campos dos Santos afirma que as comunidades querem que a proposta contemple a urbanização da área, gerando emprego e renda para as pessoas. Além disso, Darci diz que as famílias esperam pela regularização das terras onde moram há mais de 50 anos.


“Nós queremos que a comunidade seja organizada e urbanizada. Nós não aceitamos que a área seja desmatada, pois nós cuidamos para não desmatar e agora eles (governo) vendem para as construturas e vão desmatar toda a área que os próprios moradores cuidaram”.

O projeto de lei seria votado nesta terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia gaúcha, mas o deputado Elvino Bohn Gass (PT) pediu vistas do projeto e a votação foi adiada. Entretanto, a proposta pode retornar para a pauta da Comissão na próxima semana, e se tiver quórum, corre o risco de ser aprovada.

Fotos de Eduardo Seidl.

A Catarse registrou toda a mobilização. Em breve, o vídeo.

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