Gustavo Türck
Disseram que eu teria 3 mil caracteres para escrever no Bodoqe. Aí resolvi mandar um texto antigo que fiz. Interessante. Deve estar aqui do lado. Bom, o que já era pouco ficou menor ainda.
Então fiquei pensando no que escrever neste pequeno espaço que sobrou. Tinha que ser sobre o Brasil, claro. Quem sabe sobre a situação econômica? Bom, mas daí eu teria que analisar todo o crescimento histórico desta colônia, culminando nos anos de Palocci & Cia, que mantêm a matriz tributária absurda, cobrando dos pobres impostos e isentando os ricos. Seria algo como um Robin Hood às avessas. Certamente eu faria a comparação com o regime feudal, quando os senhores das terras cobravam dos servos impostos até para usar ferramenta. Mas não ia dar certo.
Muita coisa para falar e pouco espaço para escrever.
Desisti.
Daí pensei em escrever sobre o Judiciário. Nosso presidente já disse, certa vez, que os caras têm uma caixa preta. Olha, só se for cheia de dinheiro, porque o que ganha grana essa gente... Se eu fosse escrever sobre esse poder, diria que eles formam uma casta praticamente impenetrável. Eu teria que falar sobre os astronômicos salários dos juízes e desembargadores e certamente teria que levantar o fato do tal de Auxílio Moradia.
Onde já se viu isso?! Quem ganha salário mínimo no Brasil tem que se virar para morar onde der, mas quem ganha 5 dígitos de salário tem ainda auxílio para morar?! Meu Deus. Ah! E certamente eu teria que contar a história do casamento da filha do presidente do Tribunal aqui do Rio Grande do Sul. Um tal de Stefanelo. Foram distribuídas na festa caixas dos mais caros charutos cubanos e tiarinhas de antenas. Aquelas tipo marciano. Só que na ponta, ao invés das costumeiras bolinhas, havia cifrões. Isso é tripudiar na pobreza. Imagina como se acendiam os charutos nessa festa...
E eu poderia também estar falando dos nossos deputados que decidem o tamanho do seu salário e só legislam em causa própria, ou então da questão do ensino na universidade que ao invés de formar cidadãos forma mão-de-obra qualificada. Eu poderia falar ainda da mídia brasileira, na mão dos grandes grupos, virada em novela e noticiário de agência. Ou então da Venezuela! Isso! Que Brasil que nada! Vou escrever sobre Hugo Chávez! A Verdadeira Revolução não Será Televisionada!
Vamos lá, então... Ih! Acabou meu espaço...
BRASIL
“Brasil, mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim”, confia em mim Brasil, confia...
Bandeira, auriverde pendão, estandarte de um povo sofrido. Tens a imagem de teu povo. Judiada, maltratada, pisoteada, mas viva! Apoiada em mãos trabalhadoras, por detrás de sua fazenda encontra-se teu filho. Esperançoso, o último a morrer!
Por mais que uns se perguntem “Mas que país é este?!”, ou de versos em prosa destoem o caminhar glorioso de uma gente de fé, com futuro, tua glória, teu colorido preto-e-branco mantêm-se imponente. Por mais que mãos estrangeiras venham te afagar para logo depois rasgar-te, destruir teu patrimônio, ainda sobra a tua gente, a tua música...
Pátria amada idolatrada, meu lar... Salve, salve! Não tens culpa de quem a dirige, assistes a uma degradação um tanto perene, um desrespeito para com tuas majestosas estrelas, tua voz se faz rouca, “Ordem e Progresso”...
Dos filhos deste solo és mãe gentil, mãe chorosa, desesperada. Tens o solo, tens os filhos, mas a estes é negado teu colo, teu amor, tua terra...
Lábaro estrelado, maravilhoso pano de fundo de injustiças, parque de diversões do capital!!! Teus enteados não a deixarão só!!! Urge respeito ao teu desenho!!!
Vamos, bandeira, ensina-me a ser forte! A ter esperança! A amar-te...
Vamos, bandeira, de mãos dadas decidir nosso futuro. Em punho a tua coragem, o teu choro raivoso me guiarás ao teu coração! Sentirei a tua dor, sou teu filho... “Eles” sentirão o teu, o nosso perdão...
Às margens plácidas de um riacho, se fez um país, uma nação, consumou-se um povo, um amor. A tua literatura, tua poesia, tua juventude, nossa... Destoa ao longe o brado retumbante “PÁTRIA AMADA BRASIL”!!!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
2335 caracteres para falar do Brasil é pouco
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