segunda-feira, 21 de março de 2011

400 famílias sem terra ocupam fazenda em São Borja

Por Comunicação do MST

Quatrocentas famílias sem terra ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (21) a Fazenda Palermo, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Os sem terra exigem que o governo estadual finalize a desapropriação da área para o assentamento de 54 famílias acampadas. Também reivindicam que os governos federal e estadual assentem todas as 1 mil famílias sem terra acampadas hoje no estado.

Em 2008, durante a marcha do MST à Fazenda Guerra (Norte gaúcho), o governo federal assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em que se comprometia a assentar todas as famílias sem terra acampadas no RS. Até hoje, isso não aconteceu. O MST quer que o governo cumpra com o TAC. A reforma agrária é a saída para o atraso do latifúndio na região de São Borja. Onde hoje só existem alguns animais e poucas pessoas, podem viver 54 famílias produzindo alimento saudável, gerando emprego e movimentando o comércio local.

Desapropriação da Fazenda Palermo está parada desde Governo Olívio

A desapropriação da Fazenda Palermo já está encaminhada mas, para que a Justiça emita a posse da fazenda ao governo do RS, é preciso que ainda seja pago um valor ao proprietário da terra. O impasse em relação à área existe desde o governo Olívio, quando foi iniciada a desapropriação. Até agora, passados dez anos, ainda não foi resolvido. Somente depois de ter a posse da terra é que o governo do RS poderá assentar as famílias na área.

Hoje, 1 mil famílias ainda vivem em beira de estrada embaixo da lona preta no Rio Grande do Sul. Muitas, estão acampadas há 9 anos. Desde a desapropriação de parte da Fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), em 2008, nenhuma família sem terra é assentada no estado.


A reforma agrária tem sido deixada de lado pelo governo federal, que prioriza o agronegócio. O Governo Lula assentou menos famílias sem terra que o de Fernando Henrique Cardoso e, até o momento, a presidente Dilma Rousseff não apresentou plano de reforma agrária. Milhões de reais são destinados, pelo governo federal, para salvar as empresas da crise e anistiar as dívidas dos latifundiários, mas não há recurso para a reforma agrária, que gera emprego no campo e produz alimentos para a população do país.

Todo o nosso apoio ao MST.

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